O que é o melzinho do amor?
Melzinho do amor, melzinho árabe e melzinho da revoada são alguns dos nomes do produto que viralizou entre os jovens que procuram um “estimulante sexual”.
Os rapazes comparam com o efeito de um Viagra — remédio devidamente autorizado e dedicado apenas ao público masculino. Já as mulheres relatam “um calor” a mais.
Mas esse produto que promete tantos efeitos milagrosos não é regulamentado e nem aprovado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
O órgão explicou à reportagem que, inclusive, não há um conhecimento real da composição do tal melzinho.
É uma droga vendida em sachês e muito utilizada nos bailes funks clandestinos.
O objetivo dos jovens que a consomem é melhorar a performance sexual.
Porém, assim como acontece com o uso de drogas potentes como cocaína, crack e heroína, o melzinho do amor também representa riscos potenciais à saúde.
A droga é amplamente divulgada e vendida pela internet, em postos de combustíveis e por “representantes” nas festas clandestinas.
Na embalagem, consta que o produto é 100% natural.
Mas, como você vai conferir mais adiante, o melzinho do amor está longe de ser um produto natural e inofensivo.
O “mel”, que de tanto sucesso virou até funk, começou a fazer sucesso nas festas clandestinas realizadas durante a pandemia.
O produto é vendido em sachês ou caixas com 12 unidades, que podem ser encontrados tanto em adegas, postos de gasolina e sex shops quanto em sites como Mercado Livre, Shopee e até no IFood.
Preço de cada sachê varia entre R$ 20 e R$ 80 – e já existem até versões falsificadas por aí.
Apesar de conhecido também como “mel árabe”, ele é feito na Malásia.
Uma análise feita pelo Laboratório de Toxicologia Analítica do Centro de Informação e Assistência Toxicológica da Unicamp (CIATox) apontou que o “melzinho do amor”, um suposto estimulante sexual, anunciado como 100% natural, e que promete “milagres” após o consumo, pode causar efeitos colaterais graves, e até mesmo risco de morte.
O melzinho do amor pode prejudicar minha saúde?
E se estamos falando de algo que não tem aval da Anvisa, isso inclui, certamente, diversos riscos, conforme explica o médico.
“Em doses erradas pode fazer mal à saúde, como causar dor de cabeça e queda de pressão arterial”, conta.
Além disso, em pessoas que utilizam remédios para doenças cardíacas, a interação medicamentosa com os componentes do produto pode ser fatal.
Por isso, não utilize produtos sem regulamentação dos órgãos responsáveis.
Se você realmente apresentar algum desconforto com a sua libido, procure orientação de médicos para saber o que é possível fazer, de forma segura.
Segundo os médicos, o Citrato de Sildenafila é contraindicado para mulheres e menores de 18 anos – ou seja, boa parte de quem tem usado o novo produto.
Além disso, antes de tomá-lo deve-se conversar com um médico.
Caso a pessoa tenha mais de 50 anos, seja fumante ou tenha problemas nos rins, fígado ou coração, ela deve tomar muito cuidado com o componente.
E é aí que vem o problema.
Ainda de acordo com a Record, uma única embalagem do melzinho do amor tem o dobro do sildenafil do Viagra.
A longo prazo, o consumo do produto pode levar à diminuição da pressão arterial se combinado com remédios para diabetes, pressão arterial alta, colesterol elevado ou doenças cardíacas – que costumam conter nitratos.
Vale lembrar que o abuso do mel (e do sildenafil) causa também os mesmos efeitos do uso prolongado de Viagra. Sobretudo a dependência psicológica do remédio e a consequente piora da vida sexual do homem.
Quais preocupações?
Os efeitos dessa droga são tão preocupantes que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) expediu uma Resolução que alerta sobre as irregularidades do produto e proíbe a comercialização.
O melzinho do amor é vendido com diversos nomes, mas nenhuma de suas formas de apresentação é autorizada pela Anvisa.
A análise de três amostras do melzinho do amor feita pelo Laboratório de Toxicologia Analítica do Centro de Informação e Assistência Toxicológica da Unicamp (CIATox) fez um importante alerta quanto ao consumo dessa substância.
Foi nesse estudo que os pesquisadores confirmaram a presença de Sildenafila e Tadalafila, como já apontado.
Assim, a divulgação, a venda e a distribuição dos produtos está expressamente proibida.
Porém, adolescentes e jovens continuam expostos aos riscos desse entorpecente, pois ele continua sendo vendido em comércio ambulante e em lojas online como promessa de melhorar o desempenho sexual.
Os princípios ativos dos medicamentos Sildenafila e Tadalafila são os mesmos do Viagra.
Por isso, há um risco muito grande de efeitos colaterais graves, principalmente em jovens ou em indivíduos com problemas cardíacos e hipertensão arterial descontrolada.
Além do mais, o uso desses remédios sem prescrição ou acompanhamento médico pode causar problemas irreversíveis e elevar o risco de morte.
Existem riscos para jovens?
Saber as formas como os jovens se intoxicam ajuda a descobrir quais são os maiores riscos a que estão expostos.
Compostos como os componentes do Viagra — presentes no melzinho do amor — não são indicados para mulheres e jovens menores de 18 anos.
Infelizmente, esse entorpecente é mais utilizado por esse público, o que requer mais cuidado e atenção por parte dos pais.
Outro ponto destacado pelo estudo da Unicamp é que apenas um único sachê do melzinho do amor contém o dobro do Sildenafil presente no Viagra.
Com isso, o consumo do produto por tempo prolongado pode levar à diminuição da pressão arterial.
Se for combinado com outros medicamentos, o risco de graves complicações cardíacas e respiratórias é ainda maior.
Porém, os prejuízos não se limitam apenas às questões físicas, já que a dependência psicológica do remédio também é preocupante, haja vista a consequente piora da performance sexual do homem.
Sendo assim, o ideal é orientar os jovens sobre os perigos relacionados ao consumo de tais substâncias.