Dependência química ou recreação: como saber? – Tradicionalmente, é definido como a utilização de drogas com frequência esporádica e em situações de lazer e entretenimento. Como o ecstasy ou cocaína usados em baladas para dar um ânimo ou a maconha usada com os amigos para relaxar.
Uma característica do uso recreativo, é a variedade de substâncias usadas, normalmente associadas álcool e cigarro. Usuários esporádicos variam entre drogas depressoras, estimulantes e psicoativas. No caso, o objetivo é ter sensações ou experiências diferentes e compartilhar com os amigos.
Usuários recreativos, em geral, tendem a não abandonar eventos sociais e responsabilidades, nem têm dificuldades em diminuir quantidades ou frequência do uso. Por isso, o uso social ou esporádico de drogas é considerado mais controlado e consciente e não há muita atenção para esses casos.
Já aconteceu de você ir a uma festa e consumir alguma droga? Ou ver alguém usando entorpecente para se divertir? Apesar de ser bastante comum, essa é uma atitude perigosa, que pode levar à dependência química.
O problema está nessa relação. Afinal, passa-se do uso esporádico em situações de lazer e entretenimento para o consumo frequente. Essa é uma situação que traz consequências e gera um transtorno psiquiátrico derivado do abuso de drogas lícitas e ilícitas.
A questão é: como saber se é recreação ou dependência química? Para isso, é preciso verificar as condições e identificar o limite de uso social. Aliado aos perigos das drogas recreativas e o que fazer quando se ultrapassa o consumo por entretenimento. Continue lendo.
Dependência química ou recreação: como saber?
O uso de drogas em eventos sociais e festas é bastante conhecido. No entanto, muitas pessoas acreditam que fazem o consumo apenas recreativo, mas já estão com dependência química.
Isso acontece porque o organismo ganha resistência, fazendo o usuário aumentar a frequência de consumo e a quantidade utilizada. No entanto, é impossível definir o que faz uma pessoa se tornar dependente em determinada substância e qual é a quantidade necessária.
Por isso, muitos acabam perdendo o limite com medicamentos, que, em princípio, têm outra finalidade. De toda forma, vários jovens usuários de entorpecentes relatam que tudo começou com o uso recreativo, isto é, algo esporádico e voltado para ocasiões especiais.
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No entanto, esse consumo precisa ser restrito aos contextos de lazer para não ser caracterizado como dependência química. Portanto, existe uma motivação para o uso: o lazer.
Por sua vez, na dependência, não há justificativa para uso. Ou seja, a pessoa começa a criar desculpas para fazer o consumo das drogas. Quando começa a agir dessa forma, já se ultrapassou o limite social, que é justamente restringir os entorpecentes às situações recreativas.
O que é dependência química?
Diferente do uso recreativo, uma pessoa com dependência química não apenas abusa das drogas, como faz uso em praticamente qualquer situação. Ela não usa apenas para lazer, mas como hábito e necessidade.
É importante frisar que a dependência química é uma doença e não se dá somente com drogas ilegais. Fumantes e alcoólatras também sofrem do mesmo problema, porém sem tantas consequências legais e sociais que os usuários de drogas ilegais. Mas todos começam com o uso recreativo e progridem até o vício.
A dependência química é, antes de tudo, uma doença de causas biológicas, psicológicas e sociais. Estudos demonstram que o sentimento de inadequação e predisposição genética podem ser decisivos para que uma pessoa adquira vício em certas substâncias e não em outras.
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Esses problemas podem acompanhar outras doenças mentais, como depressão, ansiedade, bipolaridade, transtorno de estresse pós-traumático, entre outras, o que agrava muito o quadro do paciente. Não é uma escolha ter dependência química, mas, com certeza, é uma escolha começar um tratamento.
Sintomas e sinais da dependência química
Nesse sentido, há vários efeitos das drogas no organismo que indicam a existência da dependência química. Entre eles estão:
- sentir a necessidade de usar a droga com frequência, inclusive, várias vezes ao dia;
- precisar de uma quantidade cada vez maior para sentir os efeitos;
- ter uma necessidade impulsiva do uso de entorpecentes;
- fazer o consumo em quantidade maior e por mais tempo do que se pretendia;
- gastar dinheiro com a compra da substância, ainda que não possa gastar;
- fazer estoque da droga;
- continuar fazendo o consumo, ainda que perceba a existência de prejuízos sociais e físicos;
- deixar de aparecer em locais e situações em que não há droga, como escola, trabalho, faculdade etc.;
- fazer coisas que permitam consumir a droga, por exemplo, roubar;
- despender muito tempo para usar, conseguir ou se recuperar do uso do entorpecente;
- executar atividades de risco após o uso, como dirigir;
- falha nas tentativas de interromper o uso da substância;
- ter crises de abstinência nas tentativas de parar o consumo.
Saiba diferenciar uso recreativo de dependência química
Esse é o grande problema do uso recreativo. Muitas pessoas pensam que é fácil de identificar os limites, mas não é bem assim. Conforme o corpo ganha resistência à substância, mais difícil fica de perceber a dependência, e assim continua até que a pessoa esteja viciada.
Em geral, é possível observar que alguém está desenvolvendo dependência de acordo com a frequência do uso e motivações. No uso recreativo, por exemplo, o uso é feito em contextos de lazer. Já no vício não há muitas motivações delimitadas, ou a pessoa passa a criar motivos e desculpas para usar.
Nem médicos nem cientistas sabem determinar exatamente o que faz uma pessoa viciar em certas substâncias nem a quantidade necessária para isso. E, vale lembrar, além da dependência química, as drogas também podem facilitar o desenvolvimento de outros transtornos mentais. Portanto, toda atenção é pouca!
Muitos usuários de drogas relatam o início do vício como algo esporádico, feito apenas em ocasiões especiais. Em outras palavras, a dependência pode começar com o uso recreativo de drogas. Por isso, é importante um acompanhamento, não importa qual seja a frequência do uso.
Perigos das drogas recreativas
Qualquer droga ativa o mecanismo de recompensa existente no cérebro. Por isso, é tão fácil se tornar um dependente químico. Afinal, a sensação de prazer está presente, o que indica que precisa ser repetida. Porém, quando se aumenta a frequência de um comportamento ruim, existem vários riscos associados.
Segundo a Classificação Internacional de Doenças (CID), o abuso de drogas se caracteriza por um padrão de consumo que traz consequências prejudiciais para a pessoa. Nesse sentido, o uso nocivo traz danos físicos ou mentais e até sociais. Dentro desse contexto, os principais perigos das drogas recreativas são:
- alteração da percepção da realidade;
- diminuição da capacidade de análise;
- possibilidade de gerar dependência física, comportamental e psicológica;
- possibilidade de gerar danos neurológicos;
- desenvolvimento de doenças mentais;
- esterilidade;
- perda dos dentes.
Portanto, ainda que as drogas recreativas possam ser aceitas — pelo menos, no ambiente em que são consumidas —, elas trazem riscos importantes. Ou seja, não existe consumo seguro e divertido, pois todas oferecem algum nível de perigo.
Em caso de dependência química o que fazer?
Quando a dependência química é identificada, é importante buscar o tratamento correto o quanto antes. Ele deve ser multidisciplinar, contando com o apoio de psiquiatra, psicólogo, enfermeiros, nutricionistas e terapeutas.
Além disso, é importante apresentar atividades saudáveis, cruciais para a recuperação da pessoa dependente química. Essa é uma forma de ocupar o tempo e promover a reinserção social do paciente.
Entre as atividades saudáveis mais importantes estão as recreativas, de terapia ocupacional, terapêuticas, lúdicas e motivacionais. Nesse contexto, o paciente consegue se conectar a outras pessoas que enfrentam o mesmo problema, sendo capaz de gerar identificação.
Isso ajuda os pacientes a se manterem comprometidos com a recuperação. Afinal, são criados novos hábitos, crenças e valores, que ajudam na adoção de comportamentos consistentes. O apoio da família e da comunidade também se torna essencial. Esse suporte, que permite encontrar conforto, gera a centralização no “nós”, em vez da dependência química.
A importância de buscar o tratamento em uma clínica de reabilitação
Diante das informações apresentadas, percebe-se a relevância de procurar uma clínica de reabilitação especializada nesse tipo de recuperação. Dessa forma, é possível trabalhar a desintoxicação, o resgate, a reabilitação, a prevenção de recaídas e a reinserção social.
Além disso, a equipe capacitada definirá qual é a abordagem mais indicada para cada caso. Isso porque existem diferentes tipos de tratamento para a dependência química. Por exemplo, voltados para:
- alcoolismo;
- alucinógenos;
- crack;
- cocaína;
- medicamentos;
- maconha;
- nicotina.
Em todos eles, serão praticadas diferentes atividades saudáveis, como a terapia em grupo, a hidroginástica, a musicoterapia, a dançaterapia, o pilates, o alongamento, entre outras abordagens. A família também precisa ser tratada, já que todos são afetados. Isso promove a reconexão com a família e a possibilidade de um recomeço.
Concluindo, o uso de drogas pode começar como recreativo, mas a dependência química sempre está à espreita nesses casos. É preciso ter atenção se o consumo está somente associado a situações de lazer e se não existe nenhum outro sintoma. Caso contrário, é fundamental procurar ajuda.
Então, que tal saber mais sobre esse assunto? Conheça as fases da desintoxicação do dependente químico e entenda como é o processo.