A consciência sobrevive de fenômenos inconscientes
A próxima MegaTGE exigirá mente aberta e paciência do leitor. Tipos de pensamentos
Compreender minimamente os fenômenos inconscientes nos fará enxergar por que o sistema educacional atual, embora composto por profissionais de altissima importância, está doente, formando pessoas doentes, para uma sociedade doente.
Também nos fará enxergar por que é tão fácil cair em armadilhas mentais e asfixiar nosso raciocínio.
Toda consciência nasce e é alicerçada por fenômenos inconscientes que ocorrem em pequeníssimas frações de segundos, quase na velocidade da luz, imperceptíveis ao nosso raciocínio, o 10 vícios que mais afetam a sociedade.
Portanto, não só de pensamentos conscientes sobrevive a consciência humana – que financia a compreensão de quem somos, onde estamos, o que fazemos, quais são nossos papéis sociais, como interpretamos os inumeráveis eventos diários -, mas também de fenômenos inconscientes, incrivel- mente rápidos e tremendamente eficientes.
Você pode achar que até hoje nunca realizou algo grandioso na vida se, por exemplo, não construiu uma grande empresa nem produziu conhecimento científico inovador.
Engana-se. Toda vez que produz um simples pensamento, seja ele lúcido ou não, você realiza fenômenos fascinantes, admiráveis e surpreendentes, uso e abuso de álcool.
Pensar é se rebelar contra o cárcere da mesmice, é construir tijolos que solidificam a consciência de que cada um de nós é único no teatro da existência.
Os tipos de pensamentos que atuam no teatro mental: essencial, dialético e antidialético.
Quantos tipos de pensamento há na mente humana? Essa é uma que- tão vital que precisa ser respondida para que as ciências avancem para que a educação clássica mundial se torne um celeiro de pensadores, e não de repetidores de dados.
Como escolher uma clínica ideal de confiança, os grandes estudiosos da psicanálise, da teoria comportamental, cognitiva, existencialista não tiveram a oportunidade de estudar sistematicamente a unidade básica da psique humana, o próprio pensamento, sob o ângulo do funcionamento da mente, e enfocaram as neurociências, os estímulos neurológicos.
Durante mais de duas décadas de bombardeamento de perguntas observação, interpretação, análise, autocrítica e ruptura de paradigmas, cheguei à conclusão de que há três tipos fundamentais de pensamentos: dois conscientes e um inconsciente.
Há outros? Talvez, mas dentro de minhas limitações como teórico do desenvolvimento da inteligência, cheguei a estes três tipos: o pensamento essencial, que é inconsciente; e os pensamentos dialético e antidialético, que são conscientes.
Vamos nos ater aos pensamentos conscientes e verificar algumas seríssimas implicações de seu uso.
Os professores ministram conhecimento em sala de aula sem questionar se há mais de um tipo de pensamento e, portanto, sem refletir se estão usando as melhores técnicas para libertar o imaginário e desenvolver o raciocínio complexo dos alunos. Leia também sobre tratamento com ibogaína.
Eles simplesmente usam o pensamento capitaneado pelas palavras e pelos textos dos livros para desenvolver as funções cognitivas dos jovens, como o raciocínio, sem perceber que estão utilizando o mais restrito dos pensamentos, o pensamento lógico/linear; que chamo de dialético.
Esses professores não tiveram a oportunidade de aprender que as complexas funções não cognitivas, como gerir a emoção, ter compaixão, colocar-se no lugar do outro e ser proativo, dependem muitíssimo de outro tipo de pensamento, o antidialético, que desrespeita a linearidade do pensamento lógico e, por isso, é mais rebelde, difícil de ser controlado.
Muitos pais corrigem seus filhos sem refletir sobre o instrumento de correção que usam. Dia internacional da mulher e a dependência química
Não têm a mínima consciência de que atitudes como julgar, apontar falhas e elevar o tom de voz supervalorizam o mais pobre dos pensamentos, o dialético, que, por ser unifocal e lógico, considera excessivamente o comportamento exterior, e não os conflitos que motivam esse comportamento.
Tais pais desconhecem que, sob o enfoque da gestão da emoção, deveriam usar também o pensamento antidialético para pensar antes de reagir e olhar seus filhos com generosidade.
Desse modo, estariam aptos a ver o que está por detrás da cortina dos erros dos filhos.
Pais que são excessivamente lógicos, cartesianos, enfim, dialéticos, são também intolerantes e, ao corrigir os efeitos, em vez de atacar as causas de determinados comportamentos, bloqueiam a formação de mentes livres, resilientes e maduras. Dependência Química.
Diferentes tipos de pensamentos lapidam de forma diferente o mármore e geram diferentes obras de arte.
No campo profissional, executivos estabelecem metas, motivam, treinam e pressionam seus liderados sem pensar o próprio pensamento, ou seja, sem refletir sobre o tipo de pensamento que tem maior envergadura, alcance, criatividade e ousadia.
Por serem marcadamente lógicos e supervalorizar os números, muitos executivos são algozes de seus colaboradores e asfixiados das melhores habilidades destes, em vez de libertadores de seu potencial criativo.
Por não saberem usar o pensamento antidialético para levá-los a ousar e se reinventar, estão aptos a lidar com produtos, mas não com os seres humanos que os produzem.
Há psiquiatras e psicólogos clínicos que interpretam os comportamentos de seus pacientes e intervêm nos transtornos psíquicos destes usando à exaustão o pensamento lógico/dialético, sem entender as armadilhas que ele encerra.
Alguns enquadram seus pacientes em sua teoria e diagnóstico, quando, na realidade, deveriam colocar a teoria e o seu diagnóstico dentro do paciente, individualizando a complexidade dele.
Se vivessem o Programa de Gestão da Emoção, esses especialistas teriam mais subsídios para libertar o pensamento antidialético, colocar-se no lugar dos pacientes, enxergar o invisível e equipar o Eu deles para que cada um fosse, dentro do possível, autor da própria história, reeditor de conflitos, gerente da mente. Veja sobre crack e a dependência
O Homo sapiens e seus pensamentos
O pensamento dialético e o antidialético são as duas formas fundamentais de pensamento consciente.
Eles dão sustentabilidade a toda consciência existencial, inclusive nos sonhos, quando o Eu deixa de ter a leitura multifocal da memória e perde grande parte dos parâmetros da realidade.
Cada tipo de pensamento, dialético e antidialético, tem múltiplas subformas de se expressar: Eles representam a matéria-prima primordial de todo processo cognitivo, das mais variadas classes de raciocínio, das simples às complexas, das dedutivas às indutivas, das lógicas às abstratas. Aprendendo a controlar nossa raiva.
Os pensamentos dialéticos e antidialéticos são ainda os tijolos do conhecimento que produzimos sobre nós mesmos (autoconhecimento), sobre o mundo social (conhecimento interpessoal) e sobre o universo físico.
O pensamento dialético é lógico, unifocal, unidirecional e bem forçado, produzido a partir dos símbolos da língua (ou da linguagem de sinais, no caso de pessoas com deficiência auditiva). Sinais da recaída
Parece o mais notável de todos os pensamentos conscientes, mas, na realidade, é o mais engessado deles, mesmo que seja utilizado na escrita, nos diálogos e nos debates.
Em geral, surge quando o bebê é expulso para o útero social e começa a ter contato sensorial com milhões de estímulos externos, através do comportamento de pais ou responsáveis, professores, irmãos, colegas de escola.
Todo esse pool de estímulos é arquivado pelo fenômeno RAM, preenchendo as inumeráveis janelas ou arquivos do córtex cerebral.
Nutrindo-se dessas janelas, o pensamento dialético torna-se pouco a pouco fonte da expressividade lógica do Eu, capaz de desenvolver o raciocínio coeso, a comunicação interpessoal, o processamento das palavras, o processo de interpretação.
Torna-se enfim a base da língua- gem, da escrita, das teses, dos discursos, do diálogo. Avaliações dos riscos
Sem a psicolinguística do pensamento dialético, que é exteriormente empacotada por sinais (linguagem de libras) ou pelos pronomes associados a verbos, substantivos, adjetivos (linguagem fonética), não teríamos uma identidade sólida, não conseguiríamos saber quem somos, o que queremos, onde estamos e aonde desejamos chegar.
Não teríamos uma relação tempo-espaço e uma individualidade no teatro social, muito menos uma comunicabilidade interpessoal e intrapsíquica eficiente e também aprendendo a lidar com a fissura
Apesar de criticar o uso excessivo do pensamento dialético por pais, professores, executivos e profissionais de saúde mental, não podemos menosprezar a importância desse tipo de pensamento.
Por mais unifocal, linear e unidirecional que seja, sem ele a consciência existencial seria metaforicamente uma usina de “energia elétrica” sem fios condutores. De fato, sem o pensamento dialético, o Eu não saberia se expressar, construir pontes consigo e com o mundo – não saberia julgar, analisar, deduzir, concluir, apoiar, nem teria sentimentos como ciúme, raiva, generosidade.
Todavia, reitero, a ênfase no pensamento dialético pode levar a uma racionalidade estritamente lógica e inumana, que patrocina, por exemplo, o radicalismo, o preconceito e a exclusão de minorias. É bom não esperar muito de pessoas excessivamente dialéticas, que despre- zam o pensamento antidialético – cedo ou tarde, elas vão surpreendè -do negativamente, decepcioná-lo, feri-lo ou cortá-lo da relação.
O pensamento antidialético, por sua vez, é multiangular, multifocal, multidirecional. A fisiologia da dependência.
Ele constitui a base de todo imaginário, sendo capaz de vivenciar a emocionalidade humana com mais profundidade.
Diferentemente do pensamento dialético, o antidialético não precisa de símbolos ou linguagem de sinais para se desenvolver.
Elei intrínseco à mente humana, é a essência da imaginação, portanto, já está poderosamente presente na aurora da vida fetal, a partir da ação do fenômeno RAM, preenchendo as primeiras janelas da memória com os malabarismos, a sucção de dedo, enfim, as experiências do bebê em formação.
Todavia, só quando o pensamento dialético na vida extrauterina ganha musculatura e o Eu se forma, o pensamento antidialético sai da esfera do subconsciente e ganha status consciente. Milhares de imagens transitam por dia na mente de todo ser humana, de um psiquiatra a um paciente, de um intelectual a um iletrado, revelando que ela é uma usina de pensamentos antidialéticos, onde nos antecipamos o futuro, ruminamos o passado ou resgatamos as pessoas em nossa imaginação.
E essa usina, se for libertada e enriquecida e que vai dar relevância ao pensamento dialético: aos debates, à escrita, dialogo com os outros e consigo mesmo. O que é espiritualidade.
Tudo isso é muito dificil de compreender; mas nós somos extremamente complexos; por isso, jamais se despreze ou se diminua diante de qualquer ser humano, seja ele um rei ou o presidente de uma nação.
Ao longo do desenvolvimento da personalidade do indivíduo, o pensamento antidialético deveria ser incentivado, encorpado e enriquecido pela arte da pergunta, da dúvida, pela transferência do capital das vivências dos pais a seus filhos e também por programas que enfatizam fortemente as funções “não cognitivas”.
A empatia, a generosidade, a tolerância, a resiliência, a autoestima, o gerenciamento da ansiedade e a proatividade dependem dos alicerces do pensamento antidialético. Reabilitação psicossocial
Mudança dos tipos de pensamentos na era da educação
Em minha opinião, a educação mundial precisa de uma cirurgia em seu currículo.
Precisa passar da era das funções estritamente cognitivas para a era das funções não cognitivas; da era da ênfase no pensamento lógico/dialético para a da ênfase no pensamento antidialético/imaginário; da era da exteriorização para a da solidão criativa; da era da memória como depósito de dados para a era da eficiência na organização de dados.
Einstein tinha menos informações do que grande parte dos físicos e dos engenheiros da atualidade, mas foi uma das mentes mais brilhantes da história.
Por quê? Não “culpe” a quantidade de neurônios nem o tamanho do armazém da memória dele. Culpe, no bom sentido, o pensamento antidialético que ele desenvolveu intuitiva e fortemente, mesmo sem perceber. O processo de negação.
Precisamos de um novo limiar para a humanidade: a era da gestão da emoção.
O pensamento dialético precisa do pensamento antidialético para ter profundidade; caso contrário, se torna superficial, parcial, frio.
Para o pensamento dialético, uma pessoa que morre é um número; para o pensamento antidialético, é um ser humano único que fechou os olhos.
Para o pensamento dialético, o consumidor faz parte de uma estatística; para o pensamento antidialético, é um mundo a ser descoberto, com necessidades individuais.
Por sua vez, o pensamento antidialético também precisa do pensamento dialético para ser fonte de inventividade produtiva e útil; caso contrário, provoca o desenvolvimento de uma imaginação autodestrutiva. Farmacologia e neurobiologia do consumo
Não basta ter um riquíssimo e criativo imaginário se não houver lucidez e coerência.
Ninguém é tão criativo quanto um paciente em surto psicótico, de cujo cenário mental antidialético fazem parte perseguições incríveis, crenças mirabolantes, imagens aterradoras, personagens implacáveis. Comprometimento com a mudança.
Sem pensamento dialético, o imaginário humano é uma locomotiva sem trilho. As funções cognitivas e não cognitivas devem caminhar lado a lado.
O pensamento essencial: o alicerce dos pensamentos conscientes
Há outro tipo fundamental de pensamento, o essencial, que também está presente nos primórdios da vida fetal.
Ele é inconsciente e está na base da formação do pensamento antidialético e, posteriormente, do dialético.
Na realidade, o pensamento essencial é o primeiro resultado da leitura da memória. Quando um dependente está pronto.
Quando o gatilho da memória dispara diante de uma flor, por exemplo, e abre uma janela no córtex cerebral, os primeiros pensamentos produzidos em milésimos de segundo não são conscientes – não são dialéticos e antidialéticos, portanto -, mas essenciais, inconscientes; frações de segundo depois, quando o Eu e o pensamento essencial, produz o espetáculo dos pensamentos conscientes: interpretações, entendimento, definição, conceituação.
E nesse momento que o significador, o Eu, distingue o significante, a flor, a diferença de milhões de outros objetos e habilidades sociais
O sujeito que dá significado ao mundo, o Eu, através da construção de pensamentos conscientes precisa ler o pensamento inconsciente numa rapidez inacreditável para operar essa construção.
Como ele o faz? Nem em milhões de anos saberemos. Por quê?
Porque todo pensamento sobre esses fenômenos do pré-pensamento ou da pré-consciência é elaborado e não fragmentos. Leia também sobre Lança Perfume
Como o mundo dos pensamentos é um assunto que geralmente suscita dúvidas, inclusive entre os alunos de pós-graduação stricto sensu aos quais dou aula, usarei uma metáfora que pode ser reveladora para explicar as formas de pensamento.
Imagine um quadro com imagens de árvores, lago, casas e montanhas. O que representa neste quadro o pensamento essencial, o dialético e o antidialético?
O pensamento dialético é a descrição objetiva do quadro: a quantidade e a forma das árvores, as dimensões e cores dos lagos, o estilo arquitetônico da casa, a anatomia das montanhas.
Todo discurso, tese, análise e síntese sobre o quadro entra na classe dos pensamentos lógicos/lineares/dialéticos.
O pensamento antidialético é representado pelo corpo das imagens que contemplamos sem a necessidade de descrição; portanto, é muito mais amplo e mais difícil de ser controlado do que o dialético.
Ele expressa a arquitetura multiangular e multifocal que encanta os olhos, revela as nuances, descortina o pano de fundo de milhões de detalhes unidos. Lembre-se de que tanto o pensamento dialético quanto o antidialético são as duas formas de pensamento consciente e, portanto, virtual.
E o pensamento essencial, inconsciente, como está representado no quadro?
É o pigmento da tinta, todos os átomos e moléculas que foram pincelados e impregnaram a tela. Retomando sua história
Ele é a única coisa real, concreta, no quadro. Não existem de fato árvores e lagos, mas pigmentos sobre a tela da “memória”.
Assim, a conclusão é que a consciência depende do inconsciente (pigmento) e os pensamentos dialéticos e antidialéticos dependem da “pista de decolagem” do pensamento essencial para existir e levantar voo no psiquismo.